É SEGURO TREINAR COM UM FATO DE ELETROESTIMULAÇÃO?

Ninguém é capaz de esquecer algumas das cenas mais míticas de Tom & Jerry onde o gato, enquanto corria atrás do rato, acabava a meter as patas na ficha e a ser electrocutado. Não foi o primeiro e, certamente, não será o último desenho animado a mostrar este comportamento com um propósito muito simples: incutir às crianças, desde cedo, a ideia de que talvez não seja muito boa ideia ir com as mãos a uma ficha elétrica. Mas há também cenas mais direcionadas para os adultos a mostrarem os perigos da eletricidade. Quem consegue esquecer a cena em que Gwen Stefani atira um secador ligado para dentro de uma banheira no vídeo-clip de “It’s My Life”, um dos êxitos dos No Doubt? Mais uma vez, a mesma premissa: expor-se a eletricidade talvez não seja boa ideia.

Mas a verdade é que as coisas mudaram e, hoje em dia, ninguém tem receio de pegar num telemóvel — também ele um aparelho electrónico — que acaba de cair à água. Em bom rigor, estes aparelhos estão sempre juntos ao nosso corpo, seja nos bolsos, carteiras ou nas mochilas. Quando foi a última vez que associou o seu telemóvel aos perigos da eletricidade? Muito provavelmente nunca lhe passou pela cabeça.

Da mesma forma que em tempos circulavam notícias de telemóveis a explodirem nos bolsos de pessoas e que hoje em dia são apenas uma memória triste do passado, também a tecnologia — e, em particular, a eletricidade — utilizada num âmbito desportivo, terapêutico e até mesmo estético — tem vindo a evoluir ao longo dos anos. Nos anos 60, quando cientistas especializados na área do desporto concluíram em várias pesquisas que utilizar eletroestimulação aumentava a força muscular em 40%, muitos foram os céticos que temeram o pior.

Pouco tempo depois, começaram também a surgir estudos onde se comprovava a eficácia do uso de eletroestimulação no tratamento de várias lesões. Em 1988, seis investigadores da área de fisioterapia da Washington University Medical School escolheu um grupo de pessoas que, após uma cirurgia para corrigir uma rotura de ligamentos no joelho, usariam eletroestimulação durante o processo de recuperação. Três semanas depois do treino, todos os que utilizaram este método tinham uma maior amplitude de movimentos quando comparados com todos os pacientes que fizeram apenas um programa comum de fisioterapia.

Na área da estética, há registos de uso de eletroestimulação para tonificar e contrair os músculos, tornando-os mais firmes e, por consequência, queimando mais resíduos de gordura, desde o início do século XX. Em 1909, a revista “Popular Mechanics” apresentava o “The White Cross Electric Vibrator”, um dispositivo que prometia não só aliviar algumas dores no corpo como ajudar a melhorar alguns aspetos do corpo. A mesma publicação prometia, inclusive, que o uso do dispositivo vibratório poderia tornar o cabelo mais bonito.

A verdade é que, com o passar dos anos, o estigma tem vindo a diminuir, mas o ceticismo ainda persiste. Basta falar em treino com eletroestimulação onde se utiliza um fato por onde passa uma corrente elétrica para todos os preconceitos e preocupações virem à tona. “Vou apanhar um choque?”, “posso ser electrocutado?”, “o fato é molhado? A água é condutora de eletricidade, é perigoso”, são talvez algumas das frases que mais se ouve quando se descreve um treino com EMS (Electrical muscle stimulation ou, traduzido para português, estimulação muscular elétrica).

Segundo explica Luiz Santana, responsável por trazer a cadeia húngara para Portugal, não há quaisquer motivos para ter medos ou receios quando falamos em treino de eletroestimulação, desde que estejamos a usar o equipamento certo e junto de um profissional especializado no uso da metodologia.

“O desconforto acontece quando as pessoas estão a treinar com equipamentos sem qualidade e, muitas vezes, sem a devida autorização das entidades competentes. Choques, por assim dizer, não acontecem. Podemos sim falar em experiências menos boas, provocadas por estímulos sem qualidade e irregulares que podem causar irritação na pele, pequenas queimaduras e que, em casos extremos, podem até causar dores de cabeça e danos a nível muscular”, explica Luiz, que é também personal trainer. “Os equipamentos utilizados nos estúdios E-Fit foram os primeiros a conseguir ser certificados pela FDA (Food and Drugs Association), o orgão máximo responsável pela certificação de todos os produtos importados para os Estados Unidos da América e mundialmente conhecida pelo seu rigor e exigência.”

Certificações de excelência

Além disso, Luiz acrescenta ainda que todos os equipamentos utilizados nos estúdios têm certificações das europeias SGS e ISO e, mais recentemente, pela Anvisa e Inmetro, duas autoridades sanitárias brasileiras reconhecidas pelo seu rigor.

Mas, muito além dos certificados, a dúvida mantém-se: como é possível evitar um choque? E se um equipamento avariar durante o treino? E a resposta é bastante simples, tal como garante Luiz. É que todos os equipamentos utilizados nos estúdios utilizam uma combinação de quatro tecnologias integradas que garante o máximo de conforto e segurança para os alunos durante o treino. São elas a Impulse Shift Technology, a No Load Trip, a Health Protection e ainda a Self Test. A combinação das quatro garante que nenhuma situação de perigo possa acontecer, mesmo que durante o treino um equipamento sofra qualquer tipo de anomalia.

Além disso, todos os equipamentos utilizados nos estúdios E-Fit em Portugal trabalham com uma frequência e amperagem bastantes baixas, de cerca de 74 miliamperes (mA), inofensiva para o corpo humano e que afetam apenas os músculos esqueléticos. Quer isto dizer que nenhuma corrente elétrica afetará estruturas vitais do corpo como o coração, os rins ou os pulmões.

A importância de ter um treinador certificado

Junta-se a toda esta tecnologia o facto de todos os profissionais que operam com equipamentos de EMS estarem devidamente habilitados e preparados para lidar com qualquer situação anómala que possa acontecer durante o treino. Qualquer treinador que encontre num estúdio de E-Fit teve de passar por uma formação na E-Fit Academy onde existem três níveis para se tornar num E-Fit Trainer, o básico, avançado e master sendo que todos têm um pré-requisito para começarem a sua formação: serem portadores de uma célula profissional que os comprove habilitados enquanto técnicos de exercício físico.

A formação tem, me média, 30 horas e, em Portugal, é dada por um Master Trainer que passa todos os seus conhecimentos presencialmente aos seus alunos. Por outro lado, todas as avaliações práticas e teóricas são feitas remotamente com a sede da empresa, em Budapeste, na Hungria.

Só os técnicos que tenham sido aprovados nas duas componentes do curso, teórica e prática, estão habilitados a operar com qualquer equipamento de eletroestimulação e podem trabalhar junto de todos os que procuram treinar num estúdio E-Fit.

Problemas para a saúde

É natural que, se está a pensar começar a treinar com eletroestimulação, já tenha feito algumas pesquisas e encontrado resultados verdadeiramente assustadores. Muito além do medo dos choques durante o treino, há quem se debruce sobre a possibilidade de praticar desporto com o auxílio de eletroestimulação possa causar danos a nível muscular, e não só.

A verdade é que, tal como Luiz Santana refere, tudo depende do profissional que está a acompanhar o treino que, como referido anteriormente, deve estar devidamente habilitado e preparado para lidar com qualquer tipo de situação. Além disso, qualquer máquina de E-Fit trabalha a uma carga demasiado baixa para ser verdadeiramente preocupante.

“As máquinas de E-Fit trabalham com uma amperagem máxima de 75 miliamperes o que, na prática, seria impossível de causar algum dano ou risco para o corpo humano”, explica.

São vários os artigos que apontam para uma possibilidade de danos musculares no uso de eletroestimulação e há inclusive estudos científicos, como o publicado em 2016 pela alemã “Deutsche Zeitschrift Für Sportmedizin”, que apontam a possibilidade do aparecimento de rabdomiólise, uma síndrome provocada pela destruição das células músculo-esqueléticas, que liberta substâncias prejudiciais ao organismo. Efetivamente, a revista indica que vários estudos comprovaram um aumento nas concentrações de creatina quinase — uma proteína presente em vários tecidos e tipos de células do corpo humano que, quando elevada, resulta em rabdomiólise — em pessoas que tinham iniciado recentemente treinos com EMS.

Mas também é verdade que esta proteína pode surgir pelos mais diversos motivos. Outros tipos de atividade física, bem como o uso de medicação, o consumo de álcool e de drogas também elevam a concentração de CPK (creatina quinase) no organismo, podendo, a longo prazo, causar rabdmiólise e é por isso que, tal como diz Luiz Santana, “é importante fazer um bom despiste para quem está a começar a fazer treino com EMS, precisamente porque, pelas razões indicadas acima, pode haver à partida uma alta concentração de CPK.”

A mesma publicação alemã concluiu ainda que este aumento da concentração de creatina quinase associado ao treino com EMS acontecia por um motivo muito simples: o entusiasmo e a vontade de conseguir rápidos resultados levava os alunos inexperientes a pedir aos seus treinadores para utilizarem uma amperagem demasiado elevada durante os treinos, causando assim um desgaste muscular bastante superior ao esperado. Tal como explica Luiz, o treino não deve ser demasiado intenso, principalmente para quem está a começar e nunca teve qualquer experiência prévia com eletroestimulação.

“Costumamos dizer que o treino é com eletroestimulação e não de eletroestimulação. Isso faz toda a diferença, porque a base do treino é que a contração involuntária dos músculos seja um potenciador de contrações voluntárias, e nunca o contrário. A máquina não deve estar a uma intensidade de tal forma elevada que impeça a ocorrência de contrações voluntárias. O que se deve sentir é uma vibração e contração muscular e, ao início, o estímulo deve ter uma intensidade mínima”, continua o personal trainer. “Só assim o aluno consegue treinar sem nenhum tipo de desconforto ou bloqueio de movimentos e consegue evitar lesões a longo prazo.”

Quer isto dizer que, na realidade, tudo depende do senso comum e da quantidade de informação e pesquisa que cada pessoa fez antes de iniciar o seu plano de treino. Junta-se a isto a boa capacidade de comunicação entre o treinador e o aluno, em que ambos devem ser capazes de discutir objetivos de treino, mas também o ritmo a que o aluno deve ir, sem colocar o seu corpo em esforço extremo numa fase inicial. É por isso que as dez primeiras sessões de treino são tão importantes. É nelas que o aluno se adapta a esta metodologia de treino e, por isso, a intensidade do estímulo é inicialmente mais baixa, e vai aumentando gradualmente. Ao longo destes primeiros treinos, as sessões vão sendo sempre bem controladas e personalizadas ao que o aluno está a sentir — daí, mais uma vez, a importância da comunicação entre personal trainer e aluno.

Sobre o receio de começar a treinar com eletroestimulação, Luiz Santana acrescenta ainda que o mais importante é experimentar, mas com as pessoas certas, nos lugares certos.

“Todos os que tenham curiosidade de experimentar um treino com EMS só têm de procurar tecnologia fiável e certificada, e profissionais devidamente formados e competentes”, explica, salientado ainda a importância de uma boa pesquisa prévia. “Existe já algum suporte científico que atesta como esta é uma atividade válida e segura. Além disso, temos a aprovação de orgãos internacionais que tutelam diversos equipamentos na área da saúde.”

Deixamos algumas recomendações gerais para um treino eficaz e, acima de tudo, seguro com EMS:

Antes do treino

— Qualquer treino com EMS deve ser acompanhado e aconselhado por um profissional habilitado a operar com equipamentos de eletroestimulação;

— Antes da primeira sessão, deve ser feito um historial e cada aluno deve ser informado de todas as possíveis contra-indicações do treino. Se necessário, o E-Fit Trainer deve aconselhar o aluno a informar-se junto do seu médico se aquele tipo de treino é indicado para ele;

— O aluno deve iniciar o treino estando bem de saúde e ter uma boa condição física, sem quaisquer dores. Deve também evitar o consumo de álcool, drogas, estimulantes e relaxantes musculares. Se estiver doente ou com febre deve adiar a sessão;

— O treino com EMS implica um esforço metabólico muito elevado para o organismo, por isso, antes do treino deve fazer uma refeição rica a nível nutricional e apostar, essencialmente, nos hidratos de carbono de absorção lenta. Se não for possível, deve fazer um snack também rico em hidratos, pelo menos duas horas antes de iniciar o treino;

— Para evitar problemas a nível renal durante sessões mais intensas de treino, consuma bastante água antes, durante e depois do treino — idealmente, certa de 500 mililitros a cada um destes momentos;

— Se tiver dores, desconforto ou qualquer restrição física procure aconselhamento junto do seu médico assistente;

Durante o treino

— Seja qual for o seu estado físico, não exagere na primeira sessão de treino. O corpo nunca deve ser levado ao limite da exaustão já que isto pode causar efeitos indesejados para a saúde, que podem até mesmo tornar-se impedimento a futuros treinos;

— O tipo de estímulo deve ser adaptado gradualmente ao longo das primeiras 8 a 10 sessões de maneira a ir ao encontro dos objetivos do aluno. É crucial que evitar treinos demasiado intensos nas primeiras sessões;

— Além disso, o treino inicial deve implicar uma fase de adaptação aos estímulos de cerca de cinco minutos, um momento com estímulo mais moderado e outro com carga intermitente durante cerca de 12 minutos. Só depois deste primeiro treino é que o tempo deve ser aumentado gradualmente e nunca deve exceder os 20 minutos por sessão;

Segurança durante o treino

— Durante o treino, o E-Fit Trainer deve concentrar-se exclusivamente no seu aluno. Antes, durante e depois, o profissional e o aluno devem continuar a comunicar entre si, de forma a descartar quaisquer desconforto e eventual risco para a saúde. O treino deve ser imediatamente interrompido caso haja algum problema durante a sessão;

— O equipamento de EMS deve estar sempre perto do personal trainer e do aluno a qualquer momento e estar bem sinalizado para que qualquer operação como um ajuste do estímulo seja simples e rápida de executar;

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E-Fit é a marca pioneira a introduzir estúdios de treino personalizado com electroestimulação em Portugal. Utilizamos tecnologia patenteada E-Fit®, marca líder internacional, presente em mais de 55 países em todo o mundo.

O treino personalizado com electroestimulação é um conceito inovador no mundo do fitness que combina a tecnologia (Electroestimulação Muscular) com exercício físico em sessões de 25 minutos sempre acompanhado por um personal trainer certificado.

O treino com electroestimulação utiliza o princípio natural da contração muscular controlada pelo o nosso sistema nervoso central para potenciar o exercício físico, de forma a promover um estímulo muscular mais intenso, contribuindo para um treino mais rápido e eficaz.

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